"Um Verão Escaldante" é o novo filme de Philippe Garrel, diretor que faz cinema tendo como inspiração os preceitos da Nouvelle Vague e do cinema francês atual, em geral. Ou seja, é um filme focado basicamente no drama dos seus pergonagens e em suas conversas, devaneios, etc.Mais uma vez, assim como fez em "Amantes Constantes" e "A Fronteira da Alvorada", Philippe se recorre a Louis Garrel, seu filho e ator coqueluche do cinema francês, ao lado de Romain Duris, como protagonista de "Um Verão Escaldante".
Em síntese, Louis é o pintor Frédéric, casado com a atriz Angèle (Monica Bellucci). Quando conhece Paul (Jérôme Robart), aspirante a ator, convida-o para se hospedar com o casal. Este traz também sua namorada, Élisabeth (Céline Sallette).
No começo do filme, somos informado que Louis morreu e que tudo que seria contado é um flashback da história até aquele momento. Somos convidados a entrar nela através de Angèle logo no começo e percorremos a história de como Paul conhece Élisabeth, de como Frédéric conhece Paul e, posteriormente, como cada homem conhece a mulher do outro, no verão escaldante de Roma, que se não é tão demonstrado como escaldante na manifestação do clima, o é através do sentimento e emoção de seus personagens.
É uma fábula do amor e suas consequências. Da entrega, da paixão, das traições e do fim. É filmado por Garrel com algumas constantes: a câmera que não segue seus personagens quando estes somem da cena - e aqui podemos conceber a câmera focada na imagem vazia ou um corte brusco para outra cena -, e o modo como os personagens em muitos momentos ficam de costas para o espectador em uma conversa, nos tornando cúmplices de tudo o que ocorre, de certa maneira.
Ainda são manifestadas críticas ao governo de Sarkozy e sua política de repressão aos imigrantes, além da crítica à religião cristã.
É, sem dúvida, um filme a ser visto e contemplado.
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