quinta-feira, 4 de abril de 2013

Reinventar-se.

Os dias em que vivemos são de extrema fúria. 

A busca incessante pelo sucesso em todos os seus aspectos nos faz perder o sono e a alegria.

Só que o que nos importa e o que nos move é o cumprimento de metas, a busca por salários mais vantajosos, mais status social, sentirmo-nos mais importantes, como se já não o fossemos.

15 horas de trabalho diariamente, convivendo com muitas pessoas que sequer suportamos, fazendo trabalhos que não vemos o menor sentido para nossas vidas. Reuniões sem propósito, momentos perdidos, uma parte da vida que vai para o lixo todo o dia.

O american way of life nos dominou de tal maneira, que queremos ser o espelho de outra sociedade, embutindo valores que não são nossos. Por vezes, vejo que pessoas se desacostumaram a sorrir, a serem felizes, a apreciarem as coisas mundanas.

Querem cada vez mais se distanciar de todos, com seus duplex e carros importados, empregadas, motoristas, babás, e toda uma tecnologia exagerada sempre da última geração em cada cômodo de seus apartamentos cada vez mais infinitos.

E onde estão as conversas no boteco com os amigos? 
A pelada do final de semana?
O cineminha a qualquer hora do dia? 
O deleite de ler um ótimo livro?

O romantismo da vida se foi para a maioria das pessoas. Hoje tudo se transformou apenas em uma sucessão de objetivos a serem cumpridos - carreira profissional e acadêmia bem sucedidas, filhos que mal serão vistos, contas bancárias polpudas, corpos sem gordura, comidas sem gosto, a eliminação do erro a qualquer custo, as roupas sempre mais caras e alinhadas, os restaurantes mais caros.

Vida sem a menor graça. Vida da qual me desvencilho de seu caminho. Quero a simplicidade de uma vida bem vivida, pois ela, até onde sabemos, é uma só.

Quero andar sem rumo, arriscar-me em projetos que poderão me deixar mais felizes.

Um amor. Um lugar. Ela, Camila, em nossa Paris.