Hoje finalmente fui assistir Bling Ring, novo filme de Sofia Coppola. Fui no Playarte Bristol do Center 3, na boa sala 2 do complexo. Paguei R$ 24 por duas meia entradas - sim, acho caro, mas como não encontrava um torrent confiável.... - e gostei muito do que vi!
A juventude meio perdida e entediada, que marca a temática de todos os filmes de Sofia - Virgens Suicidas, Encontros e Desencontros, Maria Antonia, Um Lugar Qualquer - não se deixa escapar em Bling Ring. Na verdade, acho que é neste que a sua visão da atual juventude se expressa com afinco e com absurda e infeliz realidade.
O filme é sobre um grupo de jovens que roubaram casas de celebridades nos EUA - sim, caso real. Paris Hilton, Megan Fox e Lindsay Lohan foram algumas das vítimas. Faziam isso pelo delírio consumista, por se sentirem melhores quando possuiam as melhores marcas e quando conseguiam muito dinheiro. Acima de tudo, faziam isso para se alçarem a um status semelhante ao de suas celebridades preferidas. Junto com as bolsas Louis Vuitton, Chanel, etc., o consumo de drogas e álcool vêm junto como "brinde", tornando o caos já estabelecido em algo cada vez pior.
Sofia nos mostra o vazio extenuante e sufocante da geração touch, em que tudo vem e vai muito rápido, em que não se há mais muito valor nas vivência entre as pessoas, mas tão somente no consumo e ostentação, além da busca por milhares "curtir" e "retweet" no Facebook e Twitter, respectivamente. O tédio é frequente, justamente porque o objetivo é sempre mais, materialmente falando.
E sabemos que, com relação a esse pensamento norteador, os jovens americanos não são muito diferentes dos muitos jovens brasileiros que cantam com louvor as músicas do "funk ostentação", onde o mais relevante é cada vez mais "ter" do que "ser", pois, afinal, hoje em dia você só é algo se você tem alguma coisa - o efeito rotulador é enlouquecedor, pois parecemos meros produtos que devem ser etiquetados para preencher o vazio de uma prateleira, para que, enfim, possamos ser escolhidos e aceitos pelos outros. Triste.
Enfim, o filme é regularmente construído, mostrando o surgimento e declínio do grupo. Um filme importante pra todos, especialmente para os minimalistas e educadores, para que possamos identificar e buscar meios de lidar com esse grande mal.