Quem me conhece, sabe o quanto gosto da banda Incubus e de como a música Drive - do álbum Make Yourself, de 2002 - é a minha preferida, até mesmo por ter sido a primeira que eu escutei deles. Música que escutei pela primeira vez em 2004 e que, desde então, nunca saiu do iPod.
A letra e toda a construção musical, com a voz de Brandon Boyd e Mike Einziger na guitarra, fizeram-me descobrir todo um universo musical - rock alternativo dos anos 2000 - que estava por vir. Inquestionavelmente, o videoclipe é também de uma beleza e sutileza ímpar.
O ano de 2004 também foi um ano marcante na minha redescoberta do cinema, com a minha releitura sobre o quão influenciável era a 7ª arte pra mim. Então com 19 anos, naquele ano senti que descobri o cinema de verdade e que havia aberto os olhos para algo que desde então passou a ser um dos grandes caminhos da minha vida.
E esses caminhos acabaram me levando a uma sala de cinema - MK2 - em Paris, com a minha namorada, no primeiro dia deste ano, para assistir Drive, dirigido por Nicolas Winding Refn (ganhador do prêmio de direção em Cannes pela obra) e estrelado por Ryan Gosling no papel do Motorista. Quem também me conhece, assim como sabe que Drive, a música, tem grande impacto pra mim até hoje e sempre terá, sabe também que Drive, o filme, causou um tornado avassalador dentro de mim e já está pra mim em várias das minhas listas de Top Top de filmes.
No filme, que conta com uma das melhores trilhas sonoras que eu já ouvi (com Cliff Martinez assinado a maioria delas, mas tendo o grande ápice com Nightcall do Kavinsky e Lovefoxxx), Gosling faz o melhor papel de sua carreira, como um personagem que alterna seus trabalhos de dublê com os de motorista em assaltos, com incrível habilidade, sem participar diretamente dos atos e sem pegar em armas
"I don't carry a gun. I drive".
Assim como em Drive, a música, o Motorista de Drive, o filme, deixa que o volante guie seu medo, suas incertezas e sua vida, sabendo que, o que quer que o amanhã traga, ele estará lá de olhos bem abertos, conduzindo-se e alcançando sua luz (ou não?), traçando um breve paralelo com a letra da música, mas sem sugerir que a música poderia ser utilizada no filme, o que eu não acho que seria possível, pois a temática de ambas as obras é diferente.
Sometimes I feel the fear
Of uncertainty stinging clear
And I can't help ask myself how much
I'll let the fear take the wheel and steer (...)
Whatever tomorrow brings I'll be there
With open arms and open eyes (...)
But lately I'm beginning to find that
When I drive myself my light is found
Finalmente, o que quis aqui foi apenas homenagear essas duas obras que me marcam tanto. Porém, não sou insensato e, obviamente, trabalharei ainda mais em meus posts com o filme Drive, traçando seus paralelos com Sam Peckinpah, Marcas da Violência de David Cronenberg e Old Boy de Chan-wook Park.
Abaixo, deixo o videoclipe de Drive do Incubus, bem como o trailer de Drive, do Nicolas e Ryan.