Dirigido e co-escrito pelo italiano Marco Bellocchio (de Vincere e Bom Dia, Noite), o filme retrata a história de diversas pessoas entrelaçadas pela morte de Eluana Englaro, evento real de uma garota que passou dezessete anos em estado vegetativo, até lhe ser concedido o direito à eutanásia, por conta da luta de seu pai.
Entretanto, Bellocchio afasta-se, de certa maneira, dos acontecimentos reais, usando-os como pretexto e pano de fundo para ficcionalizar e falar do que lhe interessa. Ou seja, de como o institucional (religião, política, etc.) pesa sobre a vida pessoal e vice-versa, em prejuízo da liberdade de pensamento e ação.
Há o senador que teve que lidar com a situação de desligar os aparelhos que mantinham viva a sua mulher, e que deverá votar sobre um projeto que delimita a liberdade de escolha dos familiares pela manutenção ou não de pessoas em estado vegetativo.
Há também o caso da mãe, vivida por Isabelle Huppert, que abdica da sua carreira de atriz para cuidar da filha em coma aparentemente não solucionável, bem como da mulher drogada que tenta por diversas vezes o suicídio, sempre impedida de alguma forma.
O filme, por vezes, se mostra um pouco confuso, muito por conta da variedade de situações e personagens.
Entretanto, na Mostra Internacional de São Paulo em 2012, Bellocchio venceu o prêmio de melhor filme para o júri de críticos. Em Veneza, foi premiado como revelação o ator Fabrizio Falco, que interpreta o irmão do militante Roberto, que tem problemas psicológicos e atormenta a rotina de sua família.

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