O terceiro e talvez último filme (rezemos que não!) relativo à vida dos amantes Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) não poderia ser tão bem acabado. Se no primeiro (Antes do Amanhecer), a dupla se encontra por acaso na Europa, se apaixonam, mas acabam seguindo caminhos diferentes após uma noite em Viena, em virtude de ele morar nos Estados Unidos e ela na França, no segundo (Antes do Pôr-do-Sol), Jesse e Celine estão nove anos mais velhos, na casa de seus trinta anos, e acabam se encontrando em Paris, selando seu amor, conforme depreendemos em "Antes da Meia-Noite", que se passa nove anos mais tarde, dezoito anos depois do primeiro encontro no trem.
Bom que se saiba que o todo esse tempo decorrido na história deles é "real". Explico: o primeiro filme foi lançado em 1995, o segundo em 2004 e o terceiro em 2013.
Bem, Jesse e Celine estão juntos e têm duas lindas filhas. Ele, um escritor bem sucedido, dividido entre sua família em Paris e seu filho do casamento anterior, que mora em Chicago. Ela, uma defensora do meio ambiente, envolvida com uma nova proposta de emprego.
O filme busca mostrar sua relação, seus conflitos, abordando assuntos típicos de quem está na casa dos quarenta anos, em um relacionamento estável e com filhos. Os diálogos incessantes e intensos tem agora lugar na Grécia, uma das grandes vítimas da crise econômica que assolou o mundo, porém palco também do nascimento da filosofia, da discussão e da busca de conhecimento.
Como disse, um grande filme, com atuações e direção (de Richard Linklater) muito seguras. O roteiro assinado por Ethan Hawke, Julie Delpy e Richard Linklater deixa transparecer as suas angústias com sacadas inteligentíssimas. Costumo qualificar essa trilogia como sendo a "Trilogia da Vida", pois, envolto ao amor e à relação dos dois, nos vemos bombardeados por muitos questionamentos que fazemos em nossas próprias vidas, nos aproximando muito daqueles dois personagens.
Para ver e rever sempre!

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