segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick

O novo livro de Matthew Quick, “Perdão, Leonard Peacock”, foi lançado em setembro pela Editora Intrínseca. Foi o terceiro livro no Kindle que li, após os dois de Nick Hornby (Alta Fidelidade e Febre de Bola), sobre os quais falarei um pouco depois.

Bem, Quick ficou mundialmente conhecido após a adaptação para o cinema do seu livro “O Lado Bom da Vida”, um livro, digamos, ruim. O filme concorreu a oito prêmios no Oscar, sendo que Jennifer Lawrence ganhou o Oscar de Melhor Atriz e se consagrou definitivamente como a nova "queridinha" de Hollywood (não concordo com a premiação, até porque ninguém que concorra com Emmanuele Rivas - de "Amor" - poderia ganhar).

O personagem que leva o nome do livro, Leonard Peacock, é um rapaz atormentado pelo passado e com segredos profundos e dolorosos. Ele também é o narrador da história, e logo no começo te conta que vai matar o ex-melhor amigo e se matar logo depois com uma arma herdada de seu avô.

Quick tem uma maneira fluida de escrever o texto, o que torna fácil a leitura, muito embora fique realmente entediante às vezes, pois, pelo menos pra mim, parece que Quick gosta de prolongar pensamentos, de forma a tentar dar um ar mais dramático aos mesmos. Não consegue.

O que podemos contar - e que realmente é interessante - é que o autor faz uma dura crítica aos valores dos jovens, cada vez mais consumistas e individualistas e como é difícil ser diferente em uma sociedade em que todos querem ser apenas iguais. “Vocês todos estão usando mais ou menos o mesmo tipo de roupa. Olhem ao redor e verão que é verdade. Agora, imagine que você é o único que não usa uma marca legal. Como isso faz você se sentir? O raio da Nike, as três listras da Adidas, o jogadorzinho de polo em cima do cavalo, a gaivota da Hollister…”, discute uma parte do livro.

O personagem central tem uma perspectiva crítica e irônica sobre aqueles que o cercam. Outro ponto (des)importante do livro são as constantes notas de rodapé, presentes em quase todas as páginas e que, pelo menos uma boa parte delas, poderia ter sido removida. Nelas o personagem faz seus comentários sagazes, ou meramente tolos, das pessoas e situações e também narra acontecimentos passados.

Como dito acima, o livro destila algumas discussões bacanas, quase sempre protagonizadas pelo professor de Leonard, Herr Silverman, mas na maioria das vezes derrapa na obviedade.

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